sábado, agosto 25

Como saber quem eu sou de verdade?


Já teve um despertar de que se perdeu e não consegue se mais se encontrar? Não tem haver com crise de idade, mas sim das escolhas de que teve que fazer para chegar aonde chegou. Do tanto que teve que abrir mão, dos erros que carregam no peito, dos silêncios que te fizeram não ter paz. Já não sei mais quem sou de verdade.

Eu tinha esquecido do porque que comecei a escrever, e acredito ser por mim. Lembro-me da garota tímida que carregava felicidade e tristeza, e de como via o mundo em cores vivas. Não sei como ela se encontrou, mas sei de como ela se perdeu. Desapareceu.

Como voltar para casa? Eu me sinto vivendo um dia após o outro, largada e implorando que isso acabe o mais rápido que puder. Não entendo os planos de Deus, só espero que faça sentido. Porque não me vejo limpa.

Sentado no chão do banheiro, deixo a água cair sobre meu corpo e a presença da paz reina. Procurando proteção de quem um dia alcançou e conseguiu deixar escapar dentre os dedos. E ainda posso viver a chuva sobre em mim, de olhos fechados percebo minha alma se envolver em fino caso de compaixão. Buscando ter forças para seguir em frente, só não quero que acabe, porque sei que quando voltar, eu vou voltar para todos os meus problemas e encarar pessoas com um sorriso estando fingindo ser alguém que eu não sou. Na real, não sei nem quem eu sou de verdade. Eu me perdi, eu fugi, e não sei o caminho de volta.

Ela se cansa.

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Um beijo.

© O Ritmo da Chuva.
Maira Gall